"Às vezes tento compreender aquilo que não sei explicar, de que materia estúpida e torpe são feitas as mentiras.
Tão necessárias... imprudentes...
Todos nós precisamos mentir por amor, amizade, respeito e consideração, mas especialmente pelo prazer e pelo medo, prazer de enganar e medo de dizer a verdade.
Quem diz a verdade se expõe e fica a mercê do julgamento e da tirania dos hipócritas que dizem:
não fale, não ouça, não veja, não sinta, apenas finja.
Finja que acredita que os sentimentos são lâminas cegas esterelizadas que cortam sua pele superficialmente sem jamais atingir sua alma, mas e aí ?
Todos os dias sorrimos afirmando que somos felizes, e a vida regrada pelas paixões mal resolvidas, pelos desejos confinados e principalmente pelo prazer momentâneo, efêmero e insano de pequenos fragmentos do que chamamos de felicidade, analise e reflita, jamais houve na humanidade em que predominou tanta vaidade."
acreditem se quiser (levando em consideração que é verdade!rs)...esse texto é de um rap do Trilha Sonora do Gueto...interessante, né?!
(AHHH....) Engraçado, uma vez ouvi dizer que a primeira cena de um filme diz tudo sobre ele. E hoje eu chego a pensar, que as pessoas podem ser assim também...
Acredite...a primeira impressão não deve ser ignorada!
tola que fui...

domingo, 27 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
Parte 4- Morfina
Agora Beatriz.
Nascida de 3 meses, podemos dizer que sua fecundação se deu na madrugada inusitada de 5 para 6 de abril. A figura, aqui vista como materna trupicava guias e soluçava um vinho barato. Sem capacidade de memória e com uma sinceridade indevida, enlaçou o culpado pelo nascimento e ali na esquina iniciou o processo dessa gestação complicada e bem vinda.
Pedro Ênio Anafogo, o tal que cantou com rosto encostado na barriga /outra/ sendo assim o principal responsável pelo nascimento a fórceps. Pedro desliga o carro.
(-Hei??? Pedro é o pássaro?) –disse Ana Clara se levantando da cadeira como se tivesse sido desrespeitada-
A tal mãe vai embora, mas não consegue e toda torta volta. Evitarei ao máximo! Tentarei ao máximo! Palavras ditas pelos ridículos culpados, como o refrão de um bolero.
Explico melhor para quem lê: Aquele não foi o último encontro da moça e do pássaro.
(-Hei!!!)-descrente de tamanho afrontamento-
A moça-mãe e o pássaro-Pedro se encontraram e ficou escrito no diário:
“E o corpo que não carregava mais aquela alma, pairou em um sinestésico deleite. O sonho que hoje foi pó.
Perdeu o sentido no momento em que percebeu que se não sentisse seria mais fácil, mais divertido. A lágrima que cai, agora é de lamentação...Um descontentamento visceral pela morte do tão belo.
Como entender o homem? Nunca satisfeito, sempre borrando a pintura renascentista...(perfeita!). Transformando a vida em um quadro abstrato e poluído. O passado chegou tão rápido! Talvez tenha se precipitado? Não...não! sabias o que dizias. É que a sentença veio desde o parto. No cordão umbilical...
Pode ser que só buscava um ator para o papel principal, que soubesse desembainhar uma espada. Mas é difícil mesmo!!!”
Fica entendido que quando pensava ter acabado as horas, sobrava ar. E que quando sobraram horas, o fôlego já havia se esgotado.
O triste fim desse romance intrínseco se dá aos poucos. Como um veneno que, dolorosamente paralisa cada parte do corpo. Tornando frio o que antes ardia. E fazendo repugnante, tão confortável labirinto.
Beatriz nasce de um processo de amadurecimento e quarta-feira de cinzas.
(-Acabou a farra!)- Beatriz com a ultima pá enterra/ em terra Ana Clara, dá um giro em torno de si, e cava mais um pouco com as mãos, desenterrando. Puxa os cabelos e torna a enterrar. Com as mãos cheias de terra, e água caindo dos olhos, apaga as velas e tira a agulha da vitrola, silenciando o voluptuoso tango.
Ficou um ciclame sobre o túmulo.
Nascida de 3 meses, podemos dizer que sua fecundação se deu na madrugada inusitada de 5 para 6 de abril. A figura, aqui vista como materna trupicava guias e soluçava um vinho barato. Sem capacidade de memória e com uma sinceridade indevida, enlaçou o culpado pelo nascimento e ali na esquina iniciou o processo dessa gestação complicada e bem vinda.
Pedro Ênio Anafogo, o tal que cantou com rosto encostado na barriga /outra/ sendo assim o principal responsável pelo nascimento a fórceps. Pedro desliga o carro.
(-Hei??? Pedro é o pássaro?) –disse Ana Clara se levantando da cadeira como se tivesse sido desrespeitada-
A tal mãe vai embora, mas não consegue e toda torta volta. Evitarei ao máximo! Tentarei ao máximo! Palavras ditas pelos ridículos culpados, como o refrão de um bolero.
Explico melhor para quem lê: Aquele não foi o último encontro da moça e do pássaro.
(-Hei!!!)-descrente de tamanho afrontamento-
A moça-mãe e o pássaro-Pedro se encontraram e ficou escrito no diário:
“E o corpo que não carregava mais aquela alma, pairou em um sinestésico deleite. O sonho que hoje foi pó.
Perdeu o sentido no momento em que percebeu que se não sentisse seria mais fácil, mais divertido. A lágrima que cai, agora é de lamentação...Um descontentamento visceral pela morte do tão belo.
Como entender o homem? Nunca satisfeito, sempre borrando a pintura renascentista...(perfeita!). Transformando a vida em um quadro abstrato e poluído. O passado chegou tão rápido! Talvez tenha se precipitado? Não...não! sabias o que dizias. É que a sentença veio desde o parto. No cordão umbilical...
Pode ser que só buscava um ator para o papel principal, que soubesse desembainhar uma espada. Mas é difícil mesmo!!!”
Fica entendido que quando pensava ter acabado as horas, sobrava ar. E que quando sobraram horas, o fôlego já havia se esgotado.
O triste fim desse romance intrínseco se dá aos poucos. Como um veneno que, dolorosamente paralisa cada parte do corpo. Tornando frio o que antes ardia. E fazendo repugnante, tão confortável labirinto.
Beatriz nasce de um processo de amadurecimento e quarta-feira de cinzas.
(-Acabou a farra!)- Beatriz com a ultima pá enterra/ em terra Ana Clara, dá um giro em torno de si, e cava mais um pouco com as mãos, desenterrando. Puxa os cabelos e torna a enterrar. Com as mãos cheias de terra, e água caindo dos olhos, apaga as velas e tira a agulha da vitrola, silenciando o voluptuoso tango.
Ficou um ciclame sobre o túmulo.
terça-feira, 22 de julho de 2008
Rotina

A idéia é a rotina do papel.O céu é a rotina do edifício.O inicio é a rotina do final.A escolha é a rotina do gosto.A rotina do espelho é o oposto.A rotina do perfume é a lembrança.O pé é a rotina da dança.A rotina da garganta é o rock.A rotina da mão é o toque.Julieta é a rotina do queijo.A rotina da boca é o desejo.O vento é a rotina do assobio.A rotina da pele é o arrepio.A rotina do caminho é a direçãoA rotina do destino é a certeza.Toda rotina tem a sua beleza.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
12° andar e meio- A mulher do colar de pérolas
Um segundo ato, digamos assim!
Pego emprestado um nome para a moça. A chamarei de Ana Clara!
-nesse momento Ana Clara sai de trás da cortina (que mal cobria os seus pés) com um grande descontentamento-
Ana Clara avista a mulher do colar de pérolas. Ela joga um olhar lento e seguro, olhar de quem é de fogo ( isso é o que pensa). Com o queixo erguido continua a descamar um peixe. (a mulher estava bem arrumada, penteado de casamento. por cima da roupa elegante um avental comprido e branco).
Ana Clara ali toda água, perdida! Não sabia o que fazia, não sabia os porques.
Olha e vê um reflexo, não é a mesma imagem, mas o mesmo motivo...O sentimento é um. As imagens são duas.
Ana Clara, agora sentada no chão, bate com as mãos bem espalmadas em toda sua cabeça; nuca, nariz, queixo. Bate e diz ao mesmo tempo: Sou um lixo!
Tudo vorazmente.
Havia feito o que não se fazia a ninguem...
Deita o corpo em uma banheira cheia de água fria, ainda vestida. Fica um tempo submersa, até não aguentar mais. Começa a se despir, deitada na banheira, e com uma esponja esfrega cada milimetro do seu corpo, cada pêlo, cada poro. Mas não adianta, estava impregnada com aquele sorriso ardido em desejo.
A mulher, com as mãos ensanguentadas erguidas na frente do corpo, e um buraco na testa que jorra sangue, passa pelo corredor e para em frenta a porta da banheira. Pergunta: " O que fará agora, Ana, que arrancaste os meus dentes??? Deixou o meu rosto impossibilitado de um semblante realizado! O que fará?"
Ana Clara veste o corpo de cravos brancos. Brancos pela anulação do desejo infindável. Brancos pela pureza de ter feito tanto mal, querendo tanto bem.
O cheiro de velório empesteia o local.
Nota do autor: (rsrs) para entender melhor leia o 12º andar e meio- O conto do pássaro
Pego emprestado um nome para a moça. A chamarei de Ana Clara!
-nesse momento Ana Clara sai de trás da cortina (que mal cobria os seus pés) com um grande descontentamento-
Ana Clara avista a mulher do colar de pérolas. Ela joga um olhar lento e seguro, olhar de quem é de fogo ( isso é o que pensa). Com o queixo erguido continua a descamar um peixe. (a mulher estava bem arrumada, penteado de casamento. por cima da roupa elegante um avental comprido e branco).
Ana Clara ali toda água, perdida! Não sabia o que fazia, não sabia os porques.
Olha e vê um reflexo, não é a mesma imagem, mas o mesmo motivo...O sentimento é um. As imagens são duas.
Ana Clara, agora sentada no chão, bate com as mãos bem espalmadas em toda sua cabeça; nuca, nariz, queixo. Bate e diz ao mesmo tempo: Sou um lixo!
Tudo vorazmente.
Havia feito o que não se fazia a ninguem...
Deita o corpo em uma banheira cheia de água fria, ainda vestida. Fica um tempo submersa, até não aguentar mais. Começa a se despir, deitada na banheira, e com uma esponja esfrega cada milimetro do seu corpo, cada pêlo, cada poro. Mas não adianta, estava impregnada com aquele sorriso ardido em desejo.
A mulher, com as mãos ensanguentadas erguidas na frente do corpo, e um buraco na testa que jorra sangue, passa pelo corredor e para em frenta a porta da banheira. Pergunta: " O que fará agora, Ana, que arrancaste os meus dentes??? Deixou o meu rosto impossibilitado de um semblante realizado! O que fará?"
Ana Clara veste o corpo de cravos brancos. Brancos pela anulação do desejo infindável. Brancos pela pureza de ter feito tanto mal, querendo tanto bem.
O cheiro de velório empesteia o local.
Nota do autor: (rsrs) para entender melhor leia o 12º andar e meio- O conto do pássaro
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Opa! seus olhos...
Vê-lo ainda trupica dentro.
Dói, por carregar a certeza de que foi suicídio de ambas as partes.
Um sentimento em pleno ápice não infartaria assim, de uma hora para outra.
Impossível! A causa para mim é clara, as evidências comprovam... Esganadura! Sem ar para respirar não há quem aguente!
Ainda trupica dentro, não pelo fato de não tocar a pele quente e macia, e encostar os narizes e se sentir completa...Muito menos pelo fato de olhar nos olhos, e receber aquele sorriso de quem só está lembrando/registrando. Também não seria por ter aqueles lábios quentes e os dedos longos e ouvir que é desejada...não, não! (IMAGINA)
É... pelo simples fato de somar mais um cadáver. E saber que ficar junto (quando se gosta !) é tão genuíno.
trilha sonora: I WANNA HOLD YOUR HAND
senti vontade de escrever outras coisas...mas nega-las é um dos passos mais importantes para se desligar do passado...que pena...
Dói, por carregar a certeza de que foi suicídio de ambas as partes.
Um sentimento em pleno ápice não infartaria assim, de uma hora para outra.
Impossível! A causa para mim é clara, as evidências comprovam... Esganadura! Sem ar para respirar não há quem aguente!
Ainda trupica dentro, não pelo fato de não tocar a pele quente e macia, e encostar os narizes e se sentir completa...Muito menos pelo fato de olhar nos olhos, e receber aquele sorriso de quem só está lembrando/registrando. Também não seria por ter aqueles lábios quentes e os dedos longos e ouvir que é desejada...não, não! (IMAGINA)
É... pelo simples fato de somar mais um cadáver. E saber que ficar junto (quando se gosta !) é tão genuíno.
trilha sonora: I WANNA HOLD YOUR HAND
senti vontade de escrever outras coisas...mas nega-las é um dos passos mais importantes para se desligar do passado...que pena...
sábado, 12 de julho de 2008
...
"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
José Saramago
"O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitosamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão"
Clarice Lispector
"O desejo não tem generosidade, só quer aquilo que ele quer, daquele jeito. O amor perdoa o mau humor, a falação, a barriguinha, é mais generoso. É preciso muito carinho. É tão bom um carinho!"
Tom Jobim
"Aprenda a se tornar sereno, a tirar sua atenção daquilo que não quer, e toda carga emocional em cima disso e coloque a atenção no que você quer experimentar"
filme- O Segredo
José Saramago
"O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitosamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão"
Clarice Lispector
"O desejo não tem generosidade, só quer aquilo que ele quer, daquele jeito. O amor perdoa o mau humor, a falação, a barriguinha, é mais generoso. É preciso muito carinho. É tão bom um carinho!"
Tom Jobim
"Aprenda a se tornar sereno, a tirar sua atenção daquilo que não quer, e toda carga emocional em cima disso e coloque a atenção no que você quer experimentar"
filme- O Segredo
domingo, 6 de julho de 2008
Parte 3-9 de 6-9
Por ser água dos dois signos, tinha tendência a correr por ai, sem pensar no curso das coisas.
Teve um tempo em que manteve os pés em terra, não tão firme, mas TERRA. Isso foi recente. Terra que parece fogo e na verdade tem uma porcentagem de ar. Foi fundamental para que percebesse o que faltava: talvez o seu truque principal, não tivesse sido apresentado.
Água, ar e terra, a triangulou, 3 tipos de amores, todos ligados por laços ora apertados, ora afrouxados.
(-Que coisa estranha, tudo assim tão perto. Carma?)
Abram-se as cortinas! Respeitável público, eis o cenário! Paredes, 4. Considerando um longo corredor. Tonalidade, azul vermelho claro. Estrelas em um céu limitado, e flores por todos os lados.
Corpos transpiram ansiosos e estasiados pela estréia. Cinco. Melhores os que receberam lágrimas em troca de suor, pele friccionada e sentimento evaporado. Dois.
(-Amores vêm e vão... haha... literalmente!).
Isso dizia com toda propriedade.
{To adorando escrever sua história, menina!-sorrindo- (Não é minha não! É de uma tal de Carolina!) –distraída: rodopiando com sua saia godê- desenhando um sol em uma folha- correndo em torno de uma escada de trocar lâmpadas}
Trilha Sonora:
(-Eu quero 1 violino, 2 pianos tocando melodias diferentes, no meio um solo de flauta transversal e pode salpicar batucadas de maracatu. Capricha na sintonia... Ah vê um suco de melão, também!) – ri debruçada no balcão-
Teve um tempo em que manteve os pés em terra, não tão firme, mas TERRA. Isso foi recente. Terra que parece fogo e na verdade tem uma porcentagem de ar. Foi fundamental para que percebesse o que faltava: talvez o seu truque principal, não tivesse sido apresentado.
Água, ar e terra, a triangulou, 3 tipos de amores, todos ligados por laços ora apertados, ora afrouxados.
(-Que coisa estranha, tudo assim tão perto. Carma?)
Abram-se as cortinas! Respeitável público, eis o cenário! Paredes, 4. Considerando um longo corredor. Tonalidade, azul vermelho claro. Estrelas em um céu limitado, e flores por todos os lados.
Corpos transpiram ansiosos e estasiados pela estréia. Cinco. Melhores os que receberam lágrimas em troca de suor, pele friccionada e sentimento evaporado. Dois.
(-Amores vêm e vão... haha... literalmente!).
Isso dizia com toda propriedade.
{To adorando escrever sua história, menina!-sorrindo- (Não é minha não! É de uma tal de Carolina!) –distraída: rodopiando com sua saia godê- desenhando um sol em uma folha- correndo em torno de uma escada de trocar lâmpadas}
Trilha Sonora:
(-Eu quero 1 violino, 2 pianos tocando melodias diferentes, no meio um solo de flauta transversal e pode salpicar batucadas de maracatu. Capricha na sintonia... Ah vê um suco de melão, também!) – ri debruçada no balcão-
terça-feira, 1 de julho de 2008
12o andar e meio- O conto do pássaro
Carolina me pediu uma pausa na história – ela cutuca com os dedos e faz um sinal com a cabeça, como se tivesse combinado algo- Desculpa, mudou temporariamente de nome, chama-se Ana Clara. Clara, devido à
transparência dos seus sentimentos e pensamentos naqueles dias (-e Ana...-)-diz de olhos fechados, interrompendo a frase com uma lembrança-
Ana Clara me pediu uma pausa na história, já havia escrito o próximo capitulo, mas insistiu para que eu colocasse esse no meio, então o chamaremos de "12ºandar e meio".
Esse capitulo é atual. Conta a historia de um pássaro, que dizia voar muito e por isso não quis ficar em um jardim. O protagonista desse conto, usava uma pulseira de flores, na pata esquerda, na tentativa de esconder as marcas da corrente que usava. Ele pensava que assim ninguém perceberia o quanto aquilo o machucava. Colocava as correntes todas segundas, e só tirava para respirar um pouco. Então, todos os domingos visitava a moça, às vezes voavam por ai, as vezes ficavam só tomando uma lua mesmo. Essas visitas só tomavam sol dentro de casa, e na rua tomavam lua. Uma vez, ela depois de revirar nos lençóis, dormiu... e em dois palitos acordou ao som do seu canto vindo da janela, era ele fazendo sem saber, uma serenata. Ela desligou dizendo: saudade também.
Tão enigmático, querendo dizer tudo com a situação, mas na poesia... raras palavras. Era isso que encantava, ele era mais do que pensava!
Visitaram salas de insinuantes desejos, quartos de chuvas doces e
injetaram adrenalina com paixão.
Lembra com detalhes o sorriso passarinho dele. ( -Como é lindo-). Se atreveu em dizer: é feito aguardente que não sacia, e que mesmo sendo errados os seus amores serão bons. Tem uma lânguida face, e mãos que viciam.
Os cabelos da moça cresceram, impedindo assim que alguns fios se soltassem do monte que estava preso, coisa que ele gostava...Isso a fez perceber o tempo que passou. E a corrente ainda gelava aquela pata!
A moça vira para ele e entrega a chave da sala quente. Ele pergunta: O que é isso? Ela responde: Fica! não vou mais abrir aquela porta. Abra você. Pode ser que eu mude a fechadura, mas por enquanto é sua.
Ele em um golpe certeiro corta a maçã ao meio com uma faca bem afiada, vira o corpo para ela e diz: Ta bom!
Ouvindo seu rosto indiferente, sentiu como se ele, com a faca, cortasse seu coração, a alma do seu corpo. Fazendo assim seus dois pulmões pararem com suas funções simultaneamente, sufocando-a. Num golpe de ar, tenta entender e arrancar daquele tão amado o perfeito sorriso quadrado riscado do lado direito. O pássaro a abraça, sussurra palavras carinhosas em seu pescoço, palavras que ela se confortava em ouvir, e diz: Vai lá!
Ela vai, mas espera ouvir o barulho de suas asas para apagar a luz. Quando percebe o som da partida, sussurra para ele: Quando visitar aquela praia, feche os olhos e lembre de mim, já que não estarei com a sua mão. Mas ele já era só um pontinho no céu.
Dizem que essa moça as vezes perde o sono e sai correndo até o lugar da partida. E lá, dança, ri, fecha os olhos de tão à flor da pele, e grita também. A moça grita: Eu quero tanto! Eu quero tanto! E no 3º “eu quero tanto” uma lágrima cai, vezes por dentro, vezes por fora, com gosto de saudade e dor.
Ficou uma astromélia na janela.
(-Ana Clara vontade dá e passa!)- disse engrossando a voz, imitando o pai.
(-E se escolhemos a vontade, ela passa?).
Terra, terra que parece fogo.
transparência dos seus sentimentos e pensamentos naqueles dias (-e Ana...-)-diz de olhos fechados, interrompendo a frase com uma lembrança-
Ana Clara me pediu uma pausa na história, já havia escrito o próximo capitulo, mas insistiu para que eu colocasse esse no meio, então o chamaremos de "12ºandar e meio".
Esse capitulo é atual. Conta a historia de um pássaro, que dizia voar muito e por isso não quis ficar em um jardim. O protagonista desse conto, usava uma pulseira de flores, na pata esquerda, na tentativa de esconder as marcas da corrente que usava. Ele pensava que assim ninguém perceberia o quanto aquilo o machucava. Colocava as correntes todas segundas, e só tirava para respirar um pouco. Então, todos os domingos visitava a moça, às vezes voavam por ai, as vezes ficavam só tomando uma lua mesmo. Essas visitas só tomavam sol dentro de casa, e na rua tomavam lua. Uma vez, ela depois de revirar nos lençóis, dormiu... e em dois palitos acordou ao som do seu canto vindo da janela, era ele fazendo sem saber, uma serenata. Ela desligou dizendo: saudade também.
Tão enigmático, querendo dizer tudo com a situação, mas na poesia... raras palavras. Era isso que encantava, ele era mais do que pensava!
Visitaram salas de insinuantes desejos, quartos de chuvas doces e
injetaram adrenalina com paixão.
Lembra com detalhes o sorriso passarinho dele. ( -Como é lindo-). Se atreveu em dizer: é feito aguardente que não sacia, e que mesmo sendo errados os seus amores serão bons. Tem uma lânguida face, e mãos que viciam.
Os cabelos da moça cresceram, impedindo assim que alguns fios se soltassem do monte que estava preso, coisa que ele gostava...Isso a fez perceber o tempo que passou. E a corrente ainda gelava aquela pata!
A moça vira para ele e entrega a chave da sala quente. Ele pergunta: O que é isso? Ela responde: Fica! não vou mais abrir aquela porta. Abra você. Pode ser que eu mude a fechadura, mas por enquanto é sua.
Ele em um golpe certeiro corta a maçã ao meio com uma faca bem afiada, vira o corpo para ela e diz: Ta bom!
Ouvindo seu rosto indiferente, sentiu como se ele, com a faca, cortasse seu coração, a alma do seu corpo. Fazendo assim seus dois pulmões pararem com suas funções simultaneamente, sufocando-a. Num golpe de ar, tenta entender e arrancar daquele tão amado o perfeito sorriso quadrado riscado do lado direito. O pássaro a abraça, sussurra palavras carinhosas em seu pescoço, palavras que ela se confortava em ouvir, e diz: Vai lá!
Ela vai, mas espera ouvir o barulho de suas asas para apagar a luz. Quando percebe o som da partida, sussurra para ele: Quando visitar aquela praia, feche os olhos e lembre de mim, já que não estarei com a sua mão. Mas ele já era só um pontinho no céu.
Dizem que essa moça as vezes perde o sono e sai correndo até o lugar da partida. E lá, dança, ri, fecha os olhos de tão à flor da pele, e grita também. A moça grita: Eu quero tanto! Eu quero tanto! E no 3º “eu quero tanto” uma lágrima cai, vezes por dentro, vezes por fora, com gosto de saudade e dor.
Ficou uma astromélia na janela.
(-Ana Clara vontade dá e passa!)- disse engrossando a voz, imitando o pai.
(-E se escolhemos a vontade, ela passa?).
Terra, terra que parece fogo.
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